terça-feira, 3 de julho de 2007

Notas finais da disciplina Jornalismo Online

Oi pessoal,
Nesta quarta-feira, 4/7 eu entregarei as notas finais da disciplina Jornalismo Online. Não haverá aula normal. As notas serão publicadas em lista no corredor da ASSESC e aqui no blog da disciplina, na quarta a noite.
Eu estarei na Faculdade para esclarecer qualquer dúvida sobre as notas.
Gostaria de aproveitar para dizer que foi um prazer dar aula para vocês neste semestre. Para mim foi uma experiência muito rica, onde eu acho que aprendi tanto quanto os alunos. Espero que o que tentei transmitir seja de alguma utilidade na carreira de vocês e saibam que estarei sempre as ordens para ajudar no que me for possível.
Um abraço
Castilho

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Critica do texto sobre Web 2.0

Pessoal,
Na aula de hoje cada aluno fará um texto de no mínimo 300 palavras com uma leitura crítica da entrevista com o criador da Web 2.0 e que foi publicada no post anterior. Os textos serão enviados por email para castilho.aulas@gmail.com . O importante neste trabalho é dar uma visão critica pessoal dos defeitos, problemas e dúvidas que o aluno tem sobreo conceito de Web 2.0. Caso haja necessidade de consultas, sugiro buscar nos seguintes endereços:
1) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20173.shtml
2) http://www.carreirasolo.org/archives/web_20_voce_sabe_o.html
3) http://web2.0br.com.br/conceito-web20/
4) http://pt.wikipedia.org/wiki/Web_2.0

Os alunos que não fizeram todas as atualizações de seus blogs pessoais terão mais uma chance no final da aula de hoje.

Esta é a nossa última aula regular. A próxima, no dia 4 de julho será usada para trabalhos de recuperação de nota.

Abração
Castilho

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Avaliação dos blogs e leitura alternativa

Pessoal,
Como já havia sido avisado, será feita a avaliação dos blogs produzidos pelos alunos. Cada aluno deverá fazer uma apresentação do seu blog explicando porque escolheu o tema, principais dificuldades na execução, problemas superados e auto-avaliação dos resultados. Os demais alunos farão perguntas ao apresentador. Cada apresentação terá no maximo 15 minutos e será a principal nota da disciplina.
Caso sobre tempo no final da aula, faremos uma discussão em classe sobre a entrevista a seguir:

Tim O'Reilly é considerado o criador do termo "Web 2.0". Em entrevista ao site alemão “Spiegel Online”, o guru da web e pioneiro em softwares revela se mostraria o YouTube a visitantes de outro planeta, explica por que não há problema em ganhar dinheiro com o trabalho de outras pessoas e conta por que não agüenta mais o "Web 2.0".

Spiegel Online - Você inventou o termo "Web 2.0" pouco mais de dois anos atrás. Já está começando a ficar cansado disso?

Tim O'Reilly - Sim!

Spiegel Online - Por quê?

O'Reilly - Bem, sim e não. É maravilhoso poder enxergar algo e depois fazer com que outros enxerguem também. Eu, na verdade, não defini o termo Web 2.0. Foi um dos meus colegas, tentando buscar uma nova idéia para uma conferência. Foi ele quem deu o nome, e o nome pegou -- a essas idéias que venho disseminando há muitos anos.

Spiegel Online - E agora o termo está começando a lhe irritar?

O'Reilly - Há pouco tempo eu estava nas Ilhas Virgens com Richard Branson [dono da Virgin] e sua equipe. No caminho para cá tive uma reunião com o time de planejamento em tecnologia da British Petroleum e acabo de receber um convite para um encontro com o diretor-executivo da IBM -- e isso é sensacional! O lado negativo é que você cansa de ouvir a si mesmo falando. Seria muito mais divertido sair por aí, aprendendo com as pessoas, em vez de ficar repetindo a mesma coisa tantas vezes.

Spiegel Online - Hoje em dia, o termo Web 2.0 parece ser usado sobretudo por pessoas fascinadas com a idéia de ganhar dinheiro com o trabalho não remunerado de outras pessoas...

O'Reilly - Esse é um dos motivos que me mantêm comprometido com a idéia. Muita gente está tentando degradar o termo e transformá-lo em outra versão da bolha das ponto.com original. Não me canso de falar: "Não, não, não, há algo muito importante acontecendo aqui!". Diversas idéias envolvidas na minha concepção de Web 2.0 são consideravelmente difíceis. É ótimo vê-los compreendendo, gradativamente. Até que as pessoas se dão conta: "Oh, não se tratam apenas de mashups [combinação de serviços on-line], mas é na verdade uma idéia de aproveitar a inteligência coletiva". As pessoas estão começando a entender. Só tento me afastar dos bajuladores.

Spiegel Online – No entanto, muitas pessoas estão empolgadas com a possibilidade de fazer outras pessoas trabalharem sem pagá-las. Não seria um problema ético? Por exemplo, o serviço de banco de dados de músicas Gracenote baseia-se em informações originalmente fornecidas pelos usuários. Agora virou um negócio e há quem esteja ganhando dinheiro com ele.

O'Reilly - O Linux é um sistema operacional construído por seus usuários e as pessoas ganham dinheiro com ele. Deve haver um intercâmbio de valores -- não necessariamente dinheiro. As comunidades de software livre geram bastante valor. Não apenas por meio de empresas como a Red Hat, que vendem distribuições do Linux, mas também por meio do sucesso de empresas como Google, Yahoo ou Amazon, todas usuárias do software Linux. Os programadores é que tornaram isso possível. Eles ficaram ressentidos? Não. O que ganharam com isso? Reputação e melhores trabalhos. Se você é um programador de software livre, seu currículo é o trabalho que você realizou.

Spiegel Online - Mas isso não se aplica a muitos dos que contribuem com o Gracenote...

O'Reilly - As pessoas também reconhecem que, se você oferecer uma pequena contribuição para um trabalho coletivo, não precisa necessariamente ser pago. Quando coloco um CD para tocar e vejo que ele possui faixas não reconhecidas, eu as envio para o Gracenote. Não me preocupo com o fato de que de que ganharão dinheiro com isso, pois estão fornecendo um serviço valioso.

Spiegel Online - Outra frase de efeito é a da "sabedoria das multidões". Será que não existe o risco de que grandes grupos de pessoas sejam mais burros, e não mais inteligentes do que indivíduos?

O'Reilly - Depende muito de como a técnica é usada. Se for um simples algoritmo de votação, sim. Sites como o digg.com, que permitem que as pessoas sugiram notícias, são facilmente feitos de refém. Mas o Google possui um tipo de elemento de "sabedoria das multidões" -- ele leva em consideração quantos outros sites conectam-se a uma determinada página. Ao mesmo tempo, ainda há pessoas questionando a qualidade dos resultados. Vejamos um exemplo interessante: existe um parque nacional no Alaska chamado Glacier Bay National Park. O Google pensou: "Estamos dando o resultado errado. As pessoas digitam Glacier Bay no campo de busca, e retornamos a elas o nome de uma fabricante de vasos sanitários". Eles estudaram os resultados e foi então que perceberam que na verdade havia mais pessoas procurando pela empresa de privadas Glacier Bay. Então o raciocínio humano de fato estava errado e o sistema foi mais inteligente.

Spiegel Online - Mas não existem grandes multidões incontroláveis, talvez até perigosas?

O'Reilly - O spam é um exemplo da insanidade das multidões. Mas pode também ser combatido pela sabedoria das multidões. As pessoas conseguem identificar o spam e essa se tornou uma técnica anti-spam bastante poderosa. Nós ingressaremos num mundo que não será apenas de pessoas expressando opiniões. Na realidade, é um mundo sobre concentração de dados distribuídos e inteligência em tempo real.

Spiegel Online - Vamos trabalhar com uma hipótese referente à sabedoria das multidões. Digamos que você receba um visitante de outro planeta, um alienígena, e você queira dar a ele uma idéia do que é a cultura humana. Você mostraria a ele os dez vídeos mais assistidos do YouTube? Ou daria a ele uma amostra aleatória das páginas do MySpace?

O'Reilly - Não. Há um comediante norte-americano que daria a seguinte resposta a essa pergunta: "Esta não é de fato nossa civilização, mas apenas algo com que passamos o tempo. Volte daqui a dez anos e mostraremos nossa verdadeira civilização". Seria isso ou então atiraríamos neles, eles dariam meia volta e voltariam para a nave. Agora falando sério. Eu mostraria o Google para eles e diria: "Isso é o máximo que conquistamos em termos de inteligência artificial, o que você acham?". Mostraria algumas das nossas principais obras de arte. Eu mostraria a eles algumas das coisas que estamos fazendo errado e diria: "Vocês têm alguma idéia de como consertar isso?".

Spiegel Online - Nos últimos tempos fala-se muito sobre as comunidades on-line como a Wikipedia e o site de notícias digg, que possui uma comunidade bastante antenada, conhecedora de tecnologia que traz à tona coisas novas e muito interessantes. Mas se o digg fosse assolado pelos internautas, em pouco tempo acabaria. Existe alguma forma de controlar esse tipo de desdobramento?

O'Reilly - Analise a história das comunidades de software livre. A história delas é bem longa, sendo assim um bom exemplo. Elas possuem uma abordagem em camadas e a Wikipedia copiou muito disso, o que explica seu ótimo trabalho. Qualquer pessoa pode fazer uma sugestão, enviar um relatório de falhas, enviar uma correção. Mas isso não é usado a menos que alguém em algum círculo interno diga: "Essa é boa, vou aplicar". E você só é convidado a fazer parte desse círculo interno depois de ter enviado um número suficiente de atualizações consideradas úteis.

Spiegel Online - Então é necessário que exista um mecanismo de exclusão e uma estrutura hierárquica?

O'Reilly - Sim. Assim surgem círculos menores sucessivamente. Chega ao ponto em que o criador do Linux, Linus Torvalds, nem sequer fala com você a menos que tenha referência sua através de alguém em quem ele confia. Construímos essas redes de confiança em projetos de software aberto que ajudam a gerenciar esse processo de participação das multidões. O digg, por exemplo, terá de descobrir isso.

Spiegel Online - Jason Calacanis, que até pouco tempo dirigia a divisão do Netscape do AOL, basicamente copiou o digg. Mas ele começou pagando pessoas para fazer o mesmo que elas faziam de graça: vasculhar histórias e fazer os links a elas. Esse é um bom método de assegurar a qualidade de sua comunidade?

O'Reilly - Talvez. A meu ver, voluntários apaixonados na verdade valem mais do que pessoas pagas. Se você consegui-los, melhor. Se não, pagar as pessoas é uma boa segunda opção. Mas se você olhar os resultados, diria que não funciona tão bem.

Spiegel Online - O desenvolvedor de realidade virtual Jaron Lanier acha que a Wikipedia é perigosa, pois cria uma monocultura de conhecimento e pode ser usada para, por exemplo, difamar pessoas. Ele tem razão?

O'Reilly - Tudo pode ser mal utilizado. De modo geral, a Wikipedia é um recurso útil. Já houve sumiço de entradas? Sem dúvida. Pessoas foram difamadas? Sem dúvida. Mas a Wikipedia desenvolveu alguns mecanismos internos para tentar lidar com isso. Não são perfeitos, mas são infinitamente melhores do que nosso sistema político no momento, no que diz respeito a fazer às coisas funcionarem corretamente. Acho que as pessoas mantêm a internet em padrões altos demais quando fazem perguntas assim. Gosto sempre de citar para as pessoas uma famosa frase da Lei de Sturgeon. Theodore Sturgeon foi um escritor de ficção científica e alguém certa vez comentou que 95% da ficção científica era porcaria. Ele então respondeu: "95% de tudo é porcaria!". E a Wikipedia é boa demais! Lá é possível obter uma explicação concisa e muito bem elaborada de praticamente tudo.

Spiegel Online - Mas não há uma parcela de verdade na idéia do comediante Stephen Colberts de "Wikimania?". De que se algo é tão bom, acaba tornando-se um padrão universal que ninguém mais questiona, ainda que contenha erros?

O'Reilly - Leia a história! Há uma versão oficial de quase tudo e que deixa muitos fatos de lado. Está errado. Se isso vale para a Wikipedia, vale na mesma proporção para um livro de escola. A Wikipedia, de modo geral, tem menos probabilidade de ser tendenciosa do que um livro didático. Tudo que fazemos é uma seleção da realidade. As pessoas esquecem disso? Sem dúvida. Essa é uma grande fonte de desordem em nossas sociedades.

Spiegel Online – [o empresário] Jason Calacanis começou a pagar bloggers e "diggers", o MySpace e o YouTube estão sendo invadidos por relações públicas e propaganda. Existe um perigo de todo o Web 2.0 ser tomado por profissionais e sua própria versão de realidade?

O'Reilly - Sim e não. A Web 2.0 é um nome que estamos agregando a um longo prazo realmente extenso -- tudo está se tornando conectado. A internet está se tornando uma cola que reúne tudo que tocamos. Sim, as pessoas irão invadir isso e tentar se aproveitar. Há pessoas aprendendo como operar e gerenciar os efeitos da rede. Mas no fim seria como dizer: "Alguém conseguiria construir uma companhia aérea melhor sendo apenas o melhor em relações públicas?". Richard Branson pode fundar uma companhia aérea cujo diferencial seja relações públicas. Mas ainda assim ele precisa entregar o produto final. Não se pode ter relações públicas e não ser capaz de oferecer vôos. Na internet, o serviço ainda precisa funcionar. É possível ganhar vantagem sendo bom em marketing, mas isso não garante controle.

Spiegel Online - Se as pessoas forçarem até o ponto em que pare de funcionar...

O'Reilly - ...os usuários irão se afastar. Eric Schmidt [diretor-executivo do Google] costuma dizer uma ótima frase internamente no Google: "Não lute contra a internet." Quando criar novos serviços, pense: "Onde eles realmente querem ir?". A internet é um pouco como a gravidade. Há truques que se pode usar para combater a gravidade, para voar, mas tudo deve ser feito com perfeição.

Spiegel Online - Seu nome está intimamente ligado a duas das frases de efeito de nossa época: "Software Livre" e "Web 2.0". Qual será a próxima palavra da moda que você vai inventar?

O'Reilly - A próxima novidade significativa em que estamos trabalhando está numa nova revista chamada "Make". Nosso foco principal está em como a computação começa a interagir com o mundo físico, como a manufatura personalizada. Observamos hoje uma enorme quantidade de atividade de hackers ligada à fabricação de coisas. Há muito hardware descartável agora. As pessoas já estão na terceira ou quarta câmera digital e o que fazem com as antigas? Elas podem reutilizá-las. Temos também todos os tipos de dispositivos de manufatura, como ferramentas de corte a laser e impressoras 3D. Tudo isso a quase o mesmo preço das máquinas de composição no início da revolução editorial por desktop.

Spiegel Online - Então se volta o foco na idéia do software para o mundo real?

O'Reilly - Sim. Estamos entrando numa era de manufatura personalizada. Existe a biologia sintética, com a qual a manufatura personalizada chegará a processos e materiais químicos, além de eletrônicos e produtos físicos. Sem contar que temos a capacidade de produzir em massa com mais facilidade em algumas partes do mundo onde a mão-de-obra é relativamente barata, em unidades relativamente pequenas. As pessoas estão obtendo ferramentas cada vez mais sofisticadas para simulação e design. Por exemplo, quando constroem coisas no [mundo virtual] "Second Life" ou no [software 3D] Sketchup no Google Earth. As ferramentas de design de coisas virtuais que podem se tornar físicas estão ficando muito mais democratizadas, muito mais difundidas. Por exemplo, existem alguns serviços em que você pode ter seu avatar [personagem] do "Second Life" impresso em 3D. Acho que essa é uma das grandes fronteiras.

Extraido do site G1 http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,AA1377043-6174,00.html

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Aula Jornalismo online e imprensa convencional - 13/06/2007

Oi pessoal

Incluíndo esta, só temos mais três aulas neste semestre. Como perdemos uma aula em conseqüência do Fórum com parlamentares, a programação passa a ser a seguinte, até o final do semestre:

dia 20/06 – Avaliação dos weblogs de alunos
– Cada aluno deverá até o dia da avaliação ter produzido pelo menos seis postagens. Duas das quais, obrigatoriamente terão que ser feitas entre a aula de hoje e a próxima aula.
– Haverá uma auto avaliação por parte de cada aluno e uma avaliação por escrito dos demais colegas;
– Os alunos que não fizerem a auto-avaliação não terão nota.

Dia 27/07 – Produção de texto em sala de aula para comparação com o texto produzido no início das aulas. A comparação dos textos será feita pelo aluno e pelo professor, valendo nota.

Segue o roteiro da aula de hoje

1) Crise da imprensa convencional
– crise de credibilidade,
– crise de criatividade,
– redução de tiragens e
– crise de modelo de negócios.
2) Sustentabilidade econômica
– simbiose entre modelo online e offline,
– situação paradoxal : modelo offline em crise mas ainda rentável. Modelo online em ascenção, mas sem sustentabilidade a curto prazo.
3) Grandes empresas
- Situação beneficia grandes grupos porque podem transferir lucros do offline para compensar prejuízos no online.
- Jornalismo de atualidade é o mais afetado.
- Integração entre cobertura internacional, nacional e segmentada.
- Grandes jornais tendem a ser grandes portais de primeiro acesso.
4) Sustentabilidade pequenos projetos
– Exploração de nichos
– Rentabilidade reduzida, longa maturação,
– Comunidades de empreendedores online (encubadoras),
– Comunidades de informação.
– Combinar atividade offline com online.
– Cauda longa.
5) Perpsectivas futuras
– integração entre modelos online e offline,
– colaboração informativa entre autores e leitores/usuários

Segunda parte da aula
Análise crítica , feita em grupos de dois alunos, dos seguintes sites:

a) G1
b) NoMinimo
c) Último Segundo
d) Vida Digital
e) Jornalistas na Web

A análise deve levar em conta os seguintes itens:

1) Organização visual – design – pontos positivos e pontos negativos.
2) Organização temática – pontos positivos e negativos na escolha dos temas mais importantes na página.
3) Usabilidade – testar a navegação por hiperlinks da página e salientar pontos positivos e negativos.
4) Grau de interesse – Despertou interesse do avaliador ou não, porquê.
5) Interatividade – avaliar interatividade da página com o leitor: comentários, fóruns, pesquisas de opinião, blogs, avaliar participação dos leitores em comentários postados.
Os relatórios da avaliação devem ser enviados por email para o professor até o final da aula no endereço castilho.aulas@gmail.com

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Aula sobre Wiki 06/06/2007

Pessoal,
O conteúdo da aula passada foi transferido para a de hoje, em virtude do evento realizado na Faculdade, na quarta feira anterior.
Pediria que todos comparecessem à aula de hoje, apesar do jogo, para que possamos discutir sobre o programa a ser cumprido até o final do semestre.
Um abraço
Castilho

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Aula 30/05 Wiki / Autoria compartilhada

1) Wiki – produção de página

Uma página web que qualquer pessoa pode editar, modificar, acrescentar e eliminar artigos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wiki em portugues
http://br.tikiwiki.org/tiki-index.php em portugues

http://www.oreillynet.com/pub/a/network/2006/07/07/what-is-a-wiki.html
http://www.computerworld.com/developmenttopics/websitemgmt/story/0,10801,100870,00.html?source=x10
http://www.wiki.org/wiki.cgi?WhatIsWiki


2) Wikipédia

O que é (http://pt.wikipedia.org/)
Criada em 2001 é hoje um dos 15 sites mais acessados do mundo, com pouco mais de 3 milhões de visitantes diários e 251 edições diferentes, cada uma delas em idioma diferente. Tem mais idiomas do que o número de países membros da ONU (192 países).
O crescimento da wikipedia é vertiginoso: em agosto de 2002 tinha 17 mil acesso diários. Em 2004 pulou para 917 mil e em dezembro de 2006, chegou extra oficialmente aos três milhões de usuários diários.
Wikipedia tem 75 mil colaboradores não remunerados, que produziram até agora 5,1 milhões de textos.
Comparando com a encilopédia Britannica num estudo da rtevista Natuire sobre verbetes científicos, a Wikipedia teve 4% de erros contra 3% da Britannica.

Erros da Wikipedia são corrigidos em media a cada 6 minutos enquanto os da Britannica levam um ano para serem corrigidos na impressa e um mês na online.


3) Família Wikipédia

Wikia – http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikia parte comercial da Wiki
Wikinews - http://pt.wikinews.org/wiki/P%C3%A1gina_principal em português http://en.wikinews.org/wiki/Main_Page em inglês mais atualizada

4) Citizendum - http://en.citizendium.org/wiki/Main_Page

5) Autoria compartilhada

6) Web 2.0

7) Exercício em aula

Como criar uma página
1) Escolher um tema da turma
2) Fazer a pesquisa inicial
3) Criar o primeiro texto
4) Cada aluno acrescenta uma informação fruto de pesquisa
5) Publicação do texto
6) Criar uma pagina sobre um tema regional catarinense e agregar pesquisa fora da internet para a próxima aula. Vale nota.

Referências:
- Em português - http://pt.wikipedia.org/wiki/Ajuda:Guia_de_edi%C3%A7%C3%A3o/Como_come%C3%A7ar_uma_p%C3%A1gina
Como editar uma página
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Ajuda:Guia_de_edi%C3%A7%C3%A3o/Formata%C3%A7%C3%A3o

8) Segunda parte da aula

Fotografia em weblogs

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Adiada aula sobre Fotografia em Weblogs

O fotógrafo Carlos Rocha não poderá participar da conversa programada para hoje (23/5) sobre o uso da fotografia em jornalismo online e weblogs. A aula fica automaticamente adiada para a semana que vem.

Aula Convergência Online (2) 23/05/2007

I) Principais funções do jornalismo convergente:

- Editor de notícias: tomar uma noticia e ver como ela será tratada em impresso, radio, televisão e internet.
- Editor de fluxo: ordenamento dos conteúdos passando de uma midia para outra;
- Editor de conteúdos – contextualização, checagem de fontes e dados;
- Editor do formato final – Revisor, tradutor, pós-produção em áudio e vídeo.

II) Características básicas de cada canal de comunicação:

1) Texto – É mais voltado para a reflexão individual. O leitor pode repetir a leitura. Ocupa a atenção total do leitor. Interatividade quase nula, limitada à seção cartas do leitor.
2) Áudio – A principal característica é não ocupar totalmente a atenção do ouvinte, que pode estar executando outras tarefas enquanto escuta. Não permite repetição da informação, portanto a mensagem deve ser clara, direta e breve. Incorpora mais emoção na narrativa do que o texto. Permite interatividade limitada. Reflexão prejudicada pela seqüência de imagens e emoções.
3) Imagens – As imagens podem ser divididas em estáticas e dinâmicas.
a) As estáticas são fotografias e infográficos. Permitem observação detalhada e analítica. As fotos transmitem emoção e enquanto os infográficos explicam situações e visualizam fenômenos abstratos. Não há interatividade.
b) As imagens dinâmicas são as que transmitem mais emoção à narrativa. Os vídeos e filmes geralmente ocupam atenção total. Não permitem repetição, portanto, aplicam as mesmas regras do áudio em matéria de clareza e brevidade da informação. Interatividade é menor do que no áudio e maior do que no texto. Reflexão prejudicada pela seqüência de imagens e emoções.
4) Interatividade – Este recurso disponível permanentemente na internet permite uma troca de experiências, informações e opiniões entre usuários e entre estes e as autoridades e os especialistas. A interatividade pode ser em tempo real ou não, pode ser direta ou mediada. As informações podem ser repetidas quando não entendidas pelo receptor. Baixo grau de emotividade na transmissão de informações. Não requer atenção total dos participantes. A interação entre pessoas favorece a reflexão.

III) Cross Media

A Crossmedia estuda a forma como uma história é contada passando de um canal de comunicação para outro sem solução de continuidade, através dos hiperlinks.

Também chamada de transmedia ou plataformas múltiplas. Ela exige um ambiente multimídia e a convergência de mídias. É um conceito dinâmico que tem a Web como base. É um processo que já é usado em jogos eletrônicos online e em alguns trabalhos artísticos. Mas ainda é basicamente experimental, em especial, nas narrativas jornalísticas, embora alguns sites norte-americanos e europeus a estejam incorporando gradualmente ao seu sistema de coberturas especiais.


Atualmente a aplicação da crossmedia ainda é limitada e predominantemente vinculada ao entretenimento. Há experiências e tentativas noutras áreas:

a) Ficção - Os filmes Matrix ,Star Wars (ver jogo em http://brasil.ea.com/products.view.asp?id=8105 ), Indiana Jones e Senhor dos Anéis, todos baseados numa combinação de filme, livro e jogo. O uso da multimídia nestes casos foi mais um recurso de marketing para maximizar lucros do que uma proposta criativa. Nos casos do Matrix e do Indiana Jones, o livro e o filme se complementam, com o impresso fazendo a contextualização que o filme faz de forma relâmpago. Por sua vez, o jogo envolve o expectador de uma forma muito mais intensa do que o livro e o filme ou vídeo. Há o caso do Poderoso Chefão, que é anterior à revolução da internet mas que acabou se juntando a ela através de um jogo (ver Caso dos jogos da electronic arts versão Brasil http://brasil.ea.com/ destacar jogos Day of Defeat e Fifa Manager e Poderoso Chefão http://www.eagames.com.br/products.view.asp?id=7612)
b) Não ficção – Documentário – Caso do flash Kilimajaro The Crown Of África http://www.altrec.com/features/crownofafrica/
http://www2.helsinginsanomat.fi/english/webortage/kautonen/kautonen2001.html
c) Não ficção – Documentário os escravos negros nos EUA – Flash Jornalismo - http://nytimes.com/library/national/race/magnolia/indexnav.htm# NYTimes conta carloscastilho cvolkmer castilho@brturbo.com o mais completo
d) Não ficção - Jornalismo - Um exemplo de desenvolvimento de reportagem sobre um acidente aéreo - a parte jornalística clássica onde se poderia combinar texto, imagens (filmes de amadores, animações em Flash, gráficos, fotografias, material de arquivo, vídeos com entrevistas e cenas do local do acidente), com sons (entrevistas por telefone, entrevistas radiofônicas, gravação das conversas do piloto, gritos dos parentes das vítimas). Uma parte que se poderia chamar de lúdica onde com o auxilio de simuladores de vôo o usuário poderia reproduzir a rota do avião acidentado ou testar sua capacidade de evitar a queda. E uma parte interativa onde os interessados poderiam trocar idéias, informações e acrescentar detalhes ao material publicado.
e) Reality Shows - Os reality shows chegam à internet Gold Rush da Aol, o Treasure Hunters, da NBC com a MSN e o Runners, do Yahoo com a rede ABC de televisão da Disney. São projetos que misturam jogos, jornalismo, comportamento e negócios, usando vários canais de mídia, principalmente internet e televisão. O Gold Rush pretende ser o mais avançado de todos porque usa a web como plataforma básica e combina episódios reais com situações virtuais. É uma espécie de caça ao tesouro, cujas dicas estarão espalhadas pelos sites da AOL/Time Warner (incluindo ai net, radio, tv, jornais e revistas).

IV) Exercício prático
a) Os alunos formarão grupos para produzir um roteiro da história a seguir, usando os quatro elementos da convergência online segundo as características especificas de cada situação do texto.
b) O essencial é organizar o roteiro, explicando cada passo.
c) Segue o texto:

Professores da USP iniciam greve
Unesp e Unicamp também discutem paralisação. Manifestação dos docentes é por tempo indeterminado.

Professores da Universidade de São Paulo (USP) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (23). Eles se reuniram em assembléia às 10h e a votação pelo início da paralisação foi praticamente unânime. Docentes e servidores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também estão em reunião para decidir se aderem ou não à paralisação.

Com essa adesão, os professores se juntam aos funcionários da USP que já estão em greve e apóiam a manifestação dos alunos - que ocuparam a reitoria da universidade no último dia 3 para protestar contra os decretos do governador José Serra (PSDB), que segundo eles restringem a autonomia e cortam parte dos recursos das universidades. Eles também são contra o novo sistema de previdência proposto pelo governador.

A pauta de reivindicações dos professores também inclui um reajuste salarial de 3,15% (referente à inflação acumulada entre abril de 2006 e abril de 2007), além de um aumento fixo de R$ 200; mais recursos para a educação nas três universidades e também no Centro Paula Souza; uma política específica de permanência estudantil nas universidades e melhores condições de trabalho.

Na assembléia desta quarta, os professores aprovaram uma moção de apoio aos estudantes que ocupam a reitoria e exigem que ninguém seja punido pela invasão do local. Os estudantes foram aplaudidos pelos professores, que foram convidados a visitar o prédio da reitoria ocupada.

Alunos que acompanharam a assembléia arrecadaram cerca de R$ 900 para sustentar a ocupação do prédio da reitoria. Na noite desta terça-feira, os estudantes recusaram a última proposta da reitora Suely Vilela e decidiram manter a manifestação na universidade.

Ainda não há um balanço oficial de quantas unidades de ensino estão paradas e quantos alunos foram afetados. A USP tem 37 unidades de ensino e pesquisa, 80.589 alunos matriculados (entre graduação e pós), 5.222 professores e 15.295 funcionários. Os dados são do anuário estatístico de 2006.

Unicamp e Unesp
A assembléia da Unesp votou pela adesão da manifestação dos professores que acontece nesta quarta-feira, na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo o professor Milton Vieira do Prado Júnior, presidente da Associação de Docentes da Unesp (Adunesp), novas assembléias serão realizadas na quinta-feira (24) nos campi da universidade para decidir se eles entram ou não em greve.

"Os campi da Unesp são espalhados pelo interior então fica complicado fazer uma assembléia unificada. Mas, o fato de os professores da USP já terem aderido à paralisação com certeza terá influência na decisão de amanhã. Não tenho dúvidas de que isso vai mobilizar ainda mais a greve de docentes", afirmou Prado.

Segundo a assessoria de imprensa da Unesp, dos 23 campi da universidade, três já confirmaram adesão ao movimento: Bauru, Marília e Assis. A universidade possui 32 faculdades e institutos, 43.052 alunos (entre graduação e pós), 3.354 professores e 6.837 funcionários.

Balanço feito pela Unicamp, aponta que as aulas foram interrompidas em 15% da universidade, pois cinco unidades estão totalmente paradas e três parcialmente: IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), IEL (Instituto de Estudos da Linguagem), IA (Instituto de Artes), FE (Faculdade de Educação), FEF (Faculdade de Educação Física), IE (Instituto de Economia), IG (Instituto de Geociências), IMECC (Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica).

A Unicamp possui 20 unidades, sendo dez faculdades e dez institutos. Ao todo, a universidade tem 34 mil alunos (entre graduação e pós-graduação), 1.700 professores e 7.500 funcionários.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Convergência no jornalismo online / aula dia 16/5

1) O jornalismo do futuro nas grandes empresas de comunicação passa pela convergência de canais de comunicação.

2) A Web é o canal por excelência em matéria de convergência porque é o único que consegue englobar texto, áudio, vídeo e interatividade.

3) Jornalista polivalente: produz, executa e edita conteúdos jornalísticos pensando em quatro canais de comunicação : texto, imagem (vídeo, foto, gráficos, animações), áudio e interatividade. A interatividade significa a capacidade de conversar com o público para transmitir informação e estabelecer as bases para uma autoria coletiva de conteúdos jornalísticos.- Repórter polivalente – escreve, filma, fotografa, narra em áudio, entrevista, interage (responde emails, participa do Orkut ou do Second Life).- Editor polivalente – Edita em vídeo, áudio, texto e é capaz de coordenar chats, fóruns e animar uma comunidade no Orkut, por exemplo).

4) Tipos de convergência em jornalismo online- Pode haver uma convergência parcial, quando você tem uma noticia ou reportagem só em texto e fotos, ou um vídeo com áudio. Pode haver vídeo, áudio e interatividade (vídeo conferência ou vídeo entrevista).- Pode haver convergência integrada ou não. Integrada quando você desenvolve uma narrativa usando texto, imagens, áudio e interatividade onde estes elementos ganham relevância de acordo com as exigências da ação. É a mais difícil de se produzir e é praticada apenas por alguns países. A convergência não integrada é mais comum e tem um componente como base (em geral o texto) e a partir dele são feitos links para detalhamento das informações.

5) Novas funções do jornalismo convergente:- Editor de notícias: tomar uma noticia e ver como ela será tratada em impresso, radio, televisão e internet. - Editor de fluxo: ordenamento dos conteúdos passando de uma midia para outra- Editor de conteúdos – contextualização, checagem de fontes e dados, - Editor do formato final – Revisor, tradutor, pós produção em áudio e vídeo.

6) Convergência móvelÉ o terreno do telefone celular. As duas principais características do jornalismo móvel: textos extremamente sintéticos e altamente personalizados. O telefone celular é a midia mais personalizada que existe. É quase intima. Textos para celular – torpedos informativos máximo 7 a 8 linhas de vinte a 22 toques, ou seja 175 caracteres com espaço.

7) Exercício – redigir e mandar em celular para um amigo ou colega a seguinte noticia:

Liberados os quatro últimos suspeitos na Operação Moeda Verde
O desembargador federal Luiz Fernando Wowk Penteado, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, liberou as quatro pessoas que estavam presas acusadas de envolvimento na Operação Moeda Verde, em Florianópolis.
Já saíram da sede da Polícia Federal o vereador Juarez Silveira; o secretário afastado da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos de Florianópolis (Susp), Renato Joceli de Sousa; o diretor afastado da Susp, Rubens Bazzo, e o ex-funcionário da Fatma André Luiz Dadam.
As prisões tinham sido decretadas pela Vara Federal Ambiental da capital catarinense, por suposto envolvimento dos acusados na comercialização de licenças e autorizações ambientais na Ilha de Santa Catarina.
Ao analisar o habeas corpus impetrado pela defesa de Joceli de Sousa, o desembargador entendeu que não há mais necessidade de manutenção da prisão preventiva do réu. Como Silveira, Bazzo e Dadam foram presos pelos mesmos motivos, Penteado decidiu estender a eles os efeitos da decisão proferida no recurso de Joceli de Sousa.
Conforme o desembargador, o suposto esquema criminoso foi desmantelado pela Operação Moeda Verde, “arrefecendo a necessidade de custódia ante a improvável possibilidade de retorno aos supostos ilícitos praticados”.
Penteado destacou ainda que não existem elementos concretos a indicar que, uma vez soltos, os acusados venham a atentar contra o processamento da ação como, por exemplo, ameaçando testemunhas ou destruindo provas materiais.


8) Exercício individual – Cada aluno usa a mesma notícia (caso do celular) e produz um roteiro de 20 linhas para uma versão para texto, um roteiro de três minutos para áudio, idem para vídeo e uma quarta versão com 20 linhas para lançar uma discussão numa comunidade virtual tipo Orkut.

9) Exercício coletivo - Usar mesma notícia para desenvolver um roteiro multimídia em ambiente de convergência digital num site web.

10) Referências para consulta:
- Portal Convergência Digital - http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=5994&sid=27
- Operadoras vão pagar por conteúdo produzido pelos usuários http://anabrambilla.com/blog/archives/196
- Mobile Media - texto em inglês sobre o uso de celular para transmissão de informações no Japão http://www.japanmediareview.com/japan/wiki/mobilemedia/

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Fotografia em jornalismo online / aula dia 2/5

1) Objetivos e tipos de fotografias
- Noticia - a foto é a noticia político flagrado pegando pacote de dinheiro.
- Documental - facsimile de documentos
- Artística – composição de imagens numa foto para transmitir uma idéia do autor da foto
- Emoções e sentimentos – quando a imagem procura reforçar ou criar algum tipo de emoção associada ao texto.
- Ilustrativas – são fotos cuja importância maior está na composição do design da página web. Nestas condições a foto serve para aliviar o peso da imagem do texto.

2) Fotos em blogs
a) Elas são um componente essencial na media em que a fotografia assume a forma de uma narrativa. As historias são contatas através de fotos onde o texto é secundário.
b) Preocupação em associar texto e fotos para desenvolver uma narrativa interada multimídia. O grande desafio dos autores de blogs, que geralmente também são os autores das fotos.
c) Uma foto vale mil palavras, com isto você encurta sintetiza e compacta (zipa) a história que está contando. Mas não pode ser qualquer fotografia. Ela tem que ajudar e acelerar a compreensão da história.
d) Fotos pequenas só para situações onde há um ou dois detalhes a serem destacados. Fotografia com menos de dois centímetros e meio (reais) não funcionam, salvo se você dispõem do recurso de ampliação com mouse over.
e) O maior efeito visual , normalmente é obtido com fotos grandes ocupando toda a largura da coluna de um blog ou 10 cm de largura. Salvo casos especiais, as proporção é 3 x 5 . Mas as fotos devem ter ótima qualidade.
f) Há situações em que é importante chamar a atenção do visitante para um detalhe da foto. Neste caso é necessário editar (cortar) a foto para destacar o que se pretende e eliminar elementos visuais não essenciais. Editores de fotos
g) Às vezes é necessário usar também o texto para destacar ou explicar um elemento da foto.
h) O autor das fotos geralmente é o autor do texto.

3) Fotos em sites de notícias
a) Valem quase todos os itens mencionados nos blogs;
b) O grande desafio do jornalismo online é combinar fotos e texto numa narrativa integrada.
c) Para desenvolver uma narrativa multimídia é necessário preocupar-se com alguns passos básicos: - desenvolver a história (roteiro basico), - ver que aspetos da história podem ser melhor contados em texto, com fotografias, sons, vídeos e interatividade. No nosso caso atual, vamos pensar apenas em texto, fotografias e participação do leitor (interatividade).- Identificadas as partes onde o texto e as fotos são mais adequados, começa-se a montar o roteiro operacional selecionando os trechos de texto e o tipo de fotografia já disponível ou que deverá ser feita.- edição e corte das fotos para adequa-las ao espaço disponível na página e à narrativa textual;
d) Compactação e publicação de fotos- Fotos de máquinas digitais são pesadas e deformam o design do blog- Fotos muito pesadas geram demoras no download da página e irritam o visitante. Uma foto de 500 KB demora dois minutos em linha discada. Máximo de espera 10 segundos.- As fotos devem estar no padrão JPEG ou GIF porque são mais leves, geralmente no tamanho 72 dpis. As fotos originais normalmente tem 300 dpis.- As fotos podem ser editadas em softwares simples como o IrfanView (grátis) ou mais complexos como o Photoshop. Alem de reduzir o tamanho estes softwares fazem a conversão para JPEG e GIF.
e) Arquivamento de fotos- Para publicação as fotos devem estar arquivadas em algum lugar na web porque elas são descarregadas na página a partir de um servidor. (Flickr, Picasa ou Box Net)


4) Slide shows – geralmente com narração em áudio. - ver exemplo http://album.dvd-photo-slideshow.com/flash/flower.swf
- como fazer (software grátis) http://www.flash-slideshow-maker.com/ ou
http://www.microsoft.com/windowsxp/using/digitalphotography/photostory/default.mspx
- tutorial http://www.flash-slideshow-maker.com/faq/blog_photos.php

5) Desenvolver exercicio de combinação de texto e fotos (em aula).

terça-feira, 24 de abril de 2007

Aula do dia 25/4 Convergência Multimidia

1. O que é convergência – Convergência de mídias é o processo de integração, coordenação e combinação de mídias impressas, visuais, auditivas e interativas, num sistema chamado multimídia. A convergência digital apóia-se também no conceito de hipertexto, através do qual migramos de um meio para outro num processo que conduz à recombinação de conhecimentos e informações. A convergência é mais do que o uso integrado de novas tecnologias ou da fusão de empresas do ramo da comunicação, entretenimento e telecomunicações.

2. Breve história da convergência de mídias 1990 – surgem as primeiras referencias à expressão convergência de mídias; 1993 – os jornais norte-americanos começam a comprar emissoras de TV e vice versa visando formar consórcios ou conglomerados informativos; 1994/5 – jornais (Tampa Bay) começam a formar redações conjuntas. Hoje, os principais jornais da Europa e dos Estados Unidos já funcionam com redações integradas. No Brasil, o Globo é o que está mais avançado neste campo;

3. A convergência digital contemporânea tem sido marcada por altos e baixos na tecnologia e por uma sucessão de fracassos em matéria de demanda pelos consumidores:
a) Na tecnologia o problema é a largura de banda e os índices de compressão de sinais. O ideal para a o streaming vídeo na Web é uma banda que aceite 3 megabytes por segundo. Os sistemas mais rápidos disponíveis hoje pelo publico (ADSL – BrTurbo e similares) não passam de 600 megabytes. A Internet a cabo chega a 1,5 megabytes. Só a Internet via radio é que assegura os 3 megabytes. Os programas usados nos vários meios também não são compatíveis ainda. O Pagemaker e QuarkExpress usados na mídia impressa não são facilmente conversíveis para Web, enquanto o Dreamweaver não funciona para mídia impressa. O sistema de imagens também não são compatíveis entre e TV e o vídeo streaming.
b) Na demanda, o problema tem sido a insistência das empresas e usuários em tratar a web e a TV como mídias separadas para objetivos diferentes. Segundo a percepção corrente, a web ainda é basicamente para correio eletrônico e buscas enquanto a TV continua sendo fundamentalmente entretenimento e esporte. Como a tecnologia ainda não permite ter no monitor uma imagem igual a da TV, as pessoas não integraram as mídias. A situação tende a mudar com a introdução da TV Digital.

4. Convergência ou sinergia corporativa – As grandes empresas correram para a convergência achando que ela seria a solução para todos os problemas causados pela necessidade de cortar gastos. Por isto partiram para mega-fusões e incorporações bilionárias (caso Time/Warner/AOL). As organizações Globo aumentaram a interconexão entre os vários veículos de comunicação, embora ainda estejam longe da verdadeira convergência. O conceito de sinergia é mais adequado para tratar da fusão de empresas envolvidas com comunicação digital.

5. Obstáculos culturais à convergência multimídia –
a) A convivência entre profissionais de diferentes mídias nem sempre é fácil. Os jornalistas de jornais, por exemplo, tendem a ver os da TV como superficiais e os da radio como uma categoria inferior. Os da Web nem são considerados jornalistas.
b) Necessidade de treinamento e mudança de rotinas. Os repórteres de jornais deverão aprender a manejar câmeras de vídeo digital, editar fotos digitais e serem capazes de apresentar relatos orais. Já os da TV tem que aprender técnicas de redação, usar maquinas fotográficas digitais e contextualizar a informação;
c) A possibilidade de que a fascinação pela nova tecnologia acabe minimizando a importância que os profissionais darão à investigação jornalística, aos padrões éticos e de responsabilidade social em seu trabalho.

6. Como funciona a convergência jornalística – A Internet é o veículo de comunicação com maior potencial de convergência entre todos as mídias. Por isto quando se estuda a convergência, ela assume um papel preponderante, embora os demais veículos tenham também um papel a desempenhar. Para efeitos de trabalho veremos apenas a convergência jornalística na Internet. O grande desafio é a dosagem das informações e a ênfase noticiosa típica de cada veículo e como se fará a migração de uma mídia para outra em forma contínua;

7. Convergência jornalística – o que muda para o repórter –
a) O profissional deve trabalhar simultaneamente com texto, som, imagens e interatividade; é o profissional multimídia que muitos chamam de repórter abelha;
b) O profissional vai trabalhar para veículos diferentes logo deve entender como cada um deles funciona, quais as suas vantagens e desvantagens comparativas em termos de comunicabilidade da informação;
c) O profissional necessitará de uma habilitação multidisciplinar para poder lidar com o enfoque holístico dos fenômenos sociais, político e econômicos que ele cobrirá;
d) Este acúmulo de qualificações exigirá um treinamento especial, o que está levando muitos a afirmar que só um super-repórter poderá executar tantas tarefas. Profissionais que migraram de veículos como jornais para a informação multimídia online devem deixar para trás a cultura do meio de onde vieram. O ideal é criar equipes de profissionais oriundos de diferentes mídias ou sem experiência previa em nenhuma delas;
e) O repórter estará a maior parte do tempo fora da redação em contato com a comunidade, com os fatos ou processos e em comunicação permanente com seus chefes. Ele deve estar preocupado com a atualidade, contexto e troca de informações com outros repórteres. Não saberá o que vai ser usado;
f) Desaparece o fechamento de matérias, a informação é um fluxo continuo e o trabalho é feito em turnos;
g) As redações serão unificadas e surgirão algumas novas funções como: administrador do fluxo de informação (o que vai para onde e como), desenvolvedor de conteúdos (fará a adaptação das pautas para cada mídia), editor de notícias ( pesquisa os desdobramentos e links de cada reportagem) e o revisor da copia final (revisa a edição e conteúdos finais);

8. Desenvolvimento de conteúdos na convergência multimídia:
a) Cada tema deve ser avaliado em função de alguns itens adicionais às exigências jornalísticas usuais como relevância, atualidade, interesse, fidedignidade, dimensão relativa.
b) Alguns dos novos itens a serem avaliados são: personagens, narrativa, visualização, tipo de apelo que desperta no público, facilidades técnicas disponíveis. Esta coordenação visa orientar repórteres e editores no destaque das características especificas de cada veículo em matéria de comunicabilidade;
c) Desenvolvimento do enfoque regional e local. Levar em conta o micro-local para mídia impressa.

9. Possíveis padrões online – Ao produzir um conteúdo informativo online, o editor deve:
a) Analisar se o material é predominantemente visual, interpretativo, analítico, auditivo, narrativo ou interativo. Isto o ajudará a determinar com o material será apresentado. Mesmo que o apelo principal seja auditivo ou interativo, a natureza da web impõe que ele seja apresentado de forma textual para o usuário poder identificar a história;
b) Determinar a abrangência do material: se é local, que tipo de enfoques locais (se for adequado a mais de um local);
c) Eleger os cinco ou seis itens mais importantes do conteúdo e organizar as informações em torno a cada bloco de informação. Isto permitirá a leitura, audição, visualização ou navegação não lineares ( o leitor cria a ordem de leitura etc...);
d) Desenvolver uma estrutura de navegação ( mapa do site) para o usuário deslocar-se dentro do conteúdo em se perder e sem demasiados cliques;
e) Cada página web criada deve ter os elementos indispensáveis para orientação do usuário e também o máximo possível de ferramentas de interatividade;
f) Só depois disto é que começará a produção do texto, áudio, imagens ou processo interativo com os usuários. Quando não houver imagens disponíveis é possível simular a realidade através de animações em Flash ou outro programa de animação. A animação pode ser usada também na TV.

10. Novos formatos de narrativa – A multimídia informativa na Web terá o inédito desafio de incorporar o publico na narrativa jornalística. Nenhum outro meio de comunicação pode fazer isto com a profundidade e intensidade do chamado jornalismo online. Isto pode ser resumido nas seguintes características:
a. Narrativa não linear – o usuário estabelece como vai navegar pela matéria;
b. Autoria compartilhada – O autor não é o dono do conteúdo e sim o seu inspirador e supervisor;
c. Conteúdo em permanente evolução. Não há texto definitivo, por exemplo. Pode ser mudado a qualquer momento.
d. Teoricamente não há limitação de espaço, ao contrario das mídias impressa e áudio-visual, que possuem limitações físicas;
e. O público pode interagir com o autor, com os protagonistas e personagens, bem como entre si;
f. Noticiário lúdico – os jogos passam a fazer parte da informação; caso do jogo sobre o Iraque.

11. Jornalismo de imersão – É o próximo passo da multimídia, o usuário ganha o poder de simular sua participação em reportagens e eventos, usando recursos de 3D e animação interativa. Aumenta ainda mais o poder do usuário determinar não só o que e quando ele vai ver, mas principalmente como. A animação passará a ter uma importância inédita na informação jornalística.

12. Exemplos de convergência –
a) Caso da reportagem When Workers Die - http://www.nytimes.com/ref/national/WORK_INDEX.html , versão PBS http://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/shows/workplace/ , versão CBC http://www.cbc.ca/fifth/pipes/index.html;
b) Los Amores – http://www.clarin.com/diario/2006/12/21/conexiones/amores_home.html
c) Blog Sudaquia URL: http://weblogs.clarin.com/sudaquia/
d) Becoming Human http://www.becominghuman.org/
e) Kilimadjaro http://www.altrec.com/features/crownofafrica/
f) Combinação de Flash e HTML (versões diferentes) http://www.360degrees.org/

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Aula do dia 11/4/2007 Jornalismo Cidadão

1) Origens do jornalismo cidadão
- Jornalismo Cívico
- Voyeurismo jornalístico
- Resistências institucionais
- Projeto Pew Center
- Isenção jornalística
- Crise do conceito de jornalismo cívico
2) Jornal pessoal
- Negroponte e o Daily Me
- Cultura da Recomendação
- Weblogs
3) Os amadores do jornalismo
- Blogs jornalísticos
- O público produz notícias
- Podcasts
4) A polêmica conceitual
- Weblogs mexem com a rotina jornalística
- Profissionais resistem
- A guerra na internet
5) Credibilidade
- Sistemas de reputação
- Crise de credibilidade da imprensa convencional
6) Contextualização
- Relativização dos contextos
- Inteligência coletiva
- Conhecimento tácito e explicito
7) Legitimidade profissional
- O público decide quem é jornalista
- A empresa é dona da credibilidade do profissional
8) Novos conceitos da profissião de jornalista
- Prática em vez de profissão;
- Ninguém é dono do jornalismo
- Jornalismo em rede
- Jornalismo na cauda longa
- Comunidades de informação
9) Tendências
- Jornalismo deixa de ser sinônimo da liberdade de expressão
- Jornalismo perde sua identificação com a democracia
- Integração profissionais/amadores

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Aula dia 04/04 Blogs Jornalísticos

Produção de blogs jornalísticos

1) Pelo menos 30% dos 70 a 80 milhões de blogs existentes no mundo dedicam-se à coleta e distribuição de informações jornalísticas de utilidade pública. Isto dá mais ou menos 24 milhões de pessoas, ou seja, quase a vigésima parte de todos os jornais vendidos diariamente no mundo.

2) Os blogs estão mudando a cara do jornalismo. Um número cada vez maior de profissionais está migrando para a blogosfera, da mesma forma que os jornais estão buscando nela novos talentos.

3) Além disso, é uma forma de conseguir colunistas a baixo preço explorando a chamada cauda longa = nichos de informação especializada que jamais seria viabilizados num jornal impresso passam a sê-lo na internet, graças aos blogs.

4) A falsa guerra entre blogueiros e jornalistas – Texto do Jay Rosen sobre a falsa guerra entre jornalistas e blogueiros:http://journalism.nyu.edu/pubzone/weblogs/pressthink/2005/01/21/berk_essy.html

5) Jornais criam blogs, aderem ao jornalismo cidadão. Caso Ohmy News.

6) O negócio da imprensa mudou: antes os provedores de conteúdo dominavam, agora é a vez dos consumidores de conteúdo.

7) O fim dos intermediários. As pessoas tem acesso direto ao publico e não dependem mais de jornalistas para chegar até o público.

8) Há um novo contrato entre os provedores de noticias (governo, empresários e show biz) e os distribuidores de noticias (jornais e jornalistas). O novo contrato inclui os independentes. O grande jornalismo perdeu a hegemonia e está perdendo o glamour. Os repórteres da TV Globo gostam mais dos blogs pessoais do que de aparecer no vídeo. Caso William Waack.

9) Credibilidade da imprensa em baixa – em 1988, 58% dos norte-americanos acreditavam piamente nos jornais. Hoje, apenas 38% fazem o mesmo. A credibilidade dos blogs não ocupou o espaço vago. As pessoas estão descobrindo novo parâmetros de credibilidade online.

10) Os jornalistas herdam a credibilidade dos jornais. Os blogueiros a constroem desde a base e com a vantagem de que a sua credibilidade surge de um contato direto com os leitores, coisa que não existe nos jornais impressos. Por isto eles tendem a menosprezar a credibilidade dos blogueiros.

11) Os blogueiros se vêem como profetas de um novo tempo, pregadores do evangelho das novas tecnologias, enq uanto os jornalistas tradicionais os vêem como um bando de amadores tentando assaltar o templo da credibilidade, da liberdade de imprensa e dos valores tradicionais. Trata-se de um debate sem sentido. A ascensão dos blogs no implica na morte do jornalismo profissional.

12) Os blogueiros podem ser jornalistas da mesma forma que os jornalistas nem sempre exercem a profissão quando publicam noticias não conferidas ou informações distorcidas. Ninguém é dono do jornalismo.

15) Exercício de condensação de textos (em aula). Reduzir primeiro para 20 linhas e depois para 10 linhas, o texto que se encontra no seguinte endereço: http://jol-assesc.blogspot.com/2007/03/texto-para-leitura-e-analise-critica-em.html Tempo de execução 30 minutos. Enviar os textos para castiho.aulas@gmaill.com até as 20:15 horas.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Texto Online - roteiro aula do dia 28/4/2007

Texto jornalístico na internet

1) O principio é o mesmo do jornalismo impresso
a) Investigar, editar, contextualizar e publicar informações e notícias que contribuam para que o público possa tomar decisões em seu benefício.
b) Oferecer diversão e educação aos seus leitores, espectadores e ouvintes.
c) Você precisa pensar antes em quem vai ler o texto.
d) Organizar a estrutura do texto, o que você vai contar.
e) Diferença entre texto e narrativa

2) O texto no jornalismo online está aos poucos abandonando a ditadura da teoria da pirâmide invertida por conta da expansão da narrativa não linear em ambiente multimídia.

3) O jornalismo online caminha para a ampliação do uso de uma narrativa baseada em blocos de informação não hierárquicos onde o navegador pode escolher a ordem de navegação.
a) A maioria dos internautas não lê na Web. Eles escaneiam as páginas para garimpar informações;
b) Eles guardam apenas algumas frases;
c) Os leitores não gostam de textos longos porque sentem-se forçados à leitura quando não
gostam do que lêem. Textos menores lhes dão a liberdade de pular para outro mais interessante;

d) Textos com propaganda irritam os leitores.
e) Em textos longos é necessário criar uma estrutura de temas para orientar o leitor;
f) Utilize ao máximo textos com marcadores (números ou círculos negros);
g) Parágrafos em espaço duplo. No texto espaço simples.
h) Fonte verdana 10 é o padrão.
i) Linhas de no máximo 70 caracteres com espaço,
j) Cada frase uma idéia ou no máximo duas quando são relacionadas;
k) Tente sempre deixar claro para o leitor que perguntas o texto pretende responder.

4) Os textos online devem ser mais curtos, mais diretos e em linguagem coloquial porque a leitura na tela é 25% mais cansativa que no papel. Além disso, os links tendem a dispersar a atenção do leitor portanto você deve dizer o máximo possível em poucas palavras porque depois o visitante vai embora.

5) A leitura dos textos online segue o padrão F conforme mostraram pesquisas com um equipamento chamado EyeTracking. (http://www.criarweb.com/artigos/270.php e http://www.poynterextra.org/eyetrack2004/main.htm )

6) Níveis de leitura:
a) O texto online, tanto linear como não linear, tem quatro níveis diferentes de leitura:
b) Superficial : titulo e chamada, importância dos títulos
c) Leitura Dinâmica: palavras ou expressões em negrito, scanning
d) Leitura completa : até o final do texto;
e) Leitura em profundidade: após a leitura completa, o usuário navega pelos links da reportagem, artigo ou notícia.

7) Narrativa hipertextual. Links

8) Hoje ainda temos uma narrativa basicamente linear. Mas nos próximos anos passaremos cada vez mais a experimentar narrativas não lineares. Por isto vamos estudar as duas modalidades:

9) Narrativa linear
a) Obedece a estrutura da pirâmide invertida. O mais importante no inicio seguindo-se um ordem decrescente em relevância informativa.
b) Ordem direta, frases curtas, textos de no máximo 256 a 30 linhas.
c) Em caso de textos muito longos é preferível dividí-los em blocos secundários, linkados a partir do texto principal.


10) Narrativa não linear
a) Estrutura de blocos de informação;
b) Cada bloco tem um tema principal e deve dar ao leitor uma idéia geral do todo, criando expectativas sobre os demais blocos.
c) Exemplo

11) Narrativas multimídia
a) Texto,
b) Áudio,
c) Vídeo,
d) Slideshow,
e) Animações,
f) Gráficos.

Exercícios
1) Escrever um texto de 500 palavras para o blog
2) Reescrever
3) Fazer critica do texto Redefinição do Noticiário Online
4) Analisar textos do blog com base no que foi dito hoje em classe e fazer um post critico do conteudo do blog.

Texto para leitura e análise crítica em aula 28/4

A redefinição do noticiário online
(Redefining the News Online – trecho do livro Digitizing the News – publicado nos
EUA, em abril de 2004)



Em primeiro lugar, em vez de ser centrado nos jornalistas, o noticiário online é cada vez mais baseado no usuário. Segundo Leon Sigal, a noticia é um processo que envolve consenso dos profissionais responsáveis pela sua publicação. Os leitores de um jornal impresso podem influir sobre o conteúdo, mas tem reduzidas possibilidades de influir sobre o consenso dos jornalistas.

Em contraste, no ambiente online, os usuários tem muito mais poder na determinação do que é ou não noticia do que num jornal. Este poder é exercido através de mensagens eletrônicas aos jornalistas.
A tendência à valorização do usuário na determinação do que é ou não noticia valorizará, na prática, o chamado jornalismo cívico ou jornalismo público, que no passado tentou aumentar o envolvimento dos cidadãos no processo de edição dos jornais.

A crescente influência do marketing e da propaganda na valorização das preferências e necessidades pessoais, também reforçou, direta e indiretamente o protagonismo crescente dos usuários na definição da agenda de noticiais.

Em segundo lugar, em vez de ser fundamentalmente um monólogo, o noticiário online favorece a transformação do processo informativo num diálogo, entre produtores e consumidores de informação. Assim, as coberturas jornalistas online tendem a ampliar o número de vozes participantes e no aumento das trocas de informações entre elas.

Isto abre a possibilidade de aumentar a contestação, através de conflitos de opinião ou multiplicidade de pontos de vista, de uma forma muito mais intensa de que na mídia convencional.
A notícia como uma conversa resulta da importância que os jornalistas online começam a dar às opiniões e preferências dos usuários. Também resulta da freqüência cada vez maior com que o público passa a publicar o autor de noticias e histórias publicadas em ambiente online, como no caso dos weblogs.

Embora os jornalistas profissionais levantam muitas duvidas sobre o caráter noticioso desta participação do público minha pesquisa mostrou que, apesar das resistências, o público é levado cada vez mais a sério pelos veículos convencionais, como fonte de informações.

Em terceiro lugar, além da ênfase da mídia convencional na informação local e nacional, o noticiário online está criando um novo tipo de noticiário, o micro local, destacando as necessidades e interesses de microcomunidades, coisa que a imprensa, radio e televisão convencionais nunca conseguiram fazer.

Outra coisa que o jornalismo online está fazendo muito melhor do que a mídia convencional é focalizar o noticiário, atendendo a interesses mais específicos, em vez do enfoque muito geral vigente até agora. O jornalismo online está ampliando o número de pessoas envolvidas na informação.

As informações sobre eventos em bairros pequenos ou até mesmo em ruas nunca conseguiam sair nos jornais, mas agora encontram espaço fácil nos sites micro-locais ou até nos weblogs de ruas.

Para concluir este livro gostaria de retomar uma à citação de um amigo (David Galloway) que disse: “No jornalismo impresso, a gente ia para a rua, vivia alguma experiência ou testemunhava algo, voltávamos para a redação e colocávamos tudo numa folha de papel. Nós não percebíamos o movimento ou ouvíamos os sons, exceto naquilo que podíamos traduzir em produtos impressos....Acho que a (Internet) está abrindo os nossos olhos e ouvidos para formas de jornalismo que nós não usávamos quando éramos um povo do papel”.

Nesta citação destacaria principalmente a mudança cultural a que foram obrigados os veículos de comunicação, especialmente os impressos, sem falar nas transformações tecnológicas, organizacionais e financeiras. O desenvolvimento do jornalismo online envolveu o surgimento de novas percepções sobre fatos e fenômenos já conhecidos, e a comunicação destas novas percepções através de formatos inovadores.
O segundo tema levantado por Gallaway é o entendimento das mudanças culturais geradas pelo jornalismo online, em relação ao jornalismo impresso. Segundo ele, “as coisas eram diferentes quando éramos um povo do papel”.

Muito se tem falado sobre a idéia de um fim do jornalismo impresso na comunicação. A minha pesquisa mostrou que os jornais tentaram reproduzir a sua forma impressa de tratar a noticia nos sites que criaram na Internet. Ao fazer isto eles acabaram criando um novo jornal, que embora tenha sua origem solidamente encravada na versão impressa, acabou se diferenciando na infraestrutura, política editorial e rotinas de produção.

Os veículos impressos sobreviverão à ampliação do ambiente online, mas paradoxalmente, esta sobrevivência permitiu o surgimento de um novo meio de comunicação bem diferente do que o que lhe deu origem. É impossível, no momento, dizer qual o desenlace deste processo em que os jornais tentaram a mesmice, mas acabaram inovando. O certo é que mais do que nunca o estudo da dinâmica do processo tem uma importância crítica.

Informações sobre o autor do do livro Digitizing the News - Pablo Boczkowski – Personal information: Pablo is Cecil and Ida Green Career Development Assistant Professor at MIT's Sloan School of Management. He studies "how the construction and use of new media technologies affect work practices, communication processes, and interaction with consumers, focusing on organizations and occupations that have traditionally been associated with print media." His book, "Digitizing the News: Innovation in Online Newspapers," has been published by MIT Press.

terça-feira, 27 de março de 2007

Lista dos weblogs dos alunos de Jornalismo Online

Os seguintes alunos já estão operando seus weblogs de jornalismo online:

Kamila Liz http://kamilabittencourt.blogspot.com/
Karin Flores http://karinflores.blogspot.com/
Ricardo Domit http://ricardodomit.blogspot.com/
Ian Ferriche http://ianferriche.blogspot.com/index.html
Leonardo Massocco http://omangaka.blogspot.com/
Francine Xavier http://francinexavier.blogspot.com/
Livia Santos http://liviamidia.blogspot.com/
Luciana Gomes http://lucianacantos.blogspot.com
João Paulo Fontana http://floripacomunica.blogspot.com
José Guilherme Delgado http://informacaoanimada.blogspot.com
Altair Gonçalves http://via-expressa-sul.blogspot.com

Só falta o blog do Lucas Horn

terça-feira, 20 de março de 2007

Aula dia 21/3 - WEBLOGS

Roteiro

1) O que é um blog
2) O que é a blogosfera
3) A teoria da conversa global
4) Estatísticas da blogosfera
5) Blogs pessoais – diário de Samuel Pepy
6) Blogs políticos
7) Blogs jornalísticos
8) Blogs utilitarios
9) Foto blogs
10) Superblogs
11) Financiamento de blogs – AdSense, BlogAds,
12) Discussão do texto de Francis Pisani (publicado no posto anterior)


1) O que é um blog – é um site pré-programado com design mínimo onde os textos são colocados em ordem cronológica inversa (os mais recentes primeiro) e onde ao leitores podem colocar comentários. Sua funcionalidade está orientada no sentido de facilitar a produção de textos e garantir a interatividade com os leitores.

Primeiro blog em 1998, segundo Rebecca Blood. Foi um programador que colocou numa coluna ao lado direito uma serie de links para amigos.
Em 1999 surgiu o programa Blogger, desenolvido pela empresa Pyra Labs, e aí o fenômeno disparou. Em 2003, o Google comprou a Pyra e assumiu um papel chave na blogosfera.

Características técnicas; permalink

2) O que é a blogosfera é o conjunto de blogs que participam do que foi convencionado chamar de “a conversação global”, ou seja o dialogo entre blogueiros e comentaristas, onde os papeis se invertem, onde há informação circula sem freios e ninguém é dono do conhecimento.

3) Conversação global – Os blogs deram às pessoas comuns a possibilidade de publicar seus pensamentos, opiniões e reivindicações numa escala jamais vista pela humanidade. As conseqüências deste fenômeno ainda não podem ser avaliadas na íntegra porque o processo é muito recente, mas uma amostra já foi dada por alguns eventos como o patrulhamento da imprensa, o patrulhamento dos políticos, o jornalismo hiperlocal.

4) Estatísticas - Hoje já são cerca de 60 milhões de blogs, com 70 mil sendo criados diariamente, segundo o site Technorati que monitora dos blogs. Deste total poderíamos dizer que 10 a 12 % são atualizados pelo menos uma vez por semana.
Há pelo menos cinco grandes mecanismos de buscas de blogs. Principal Technorati, seguindo-se do Blogdex e o mais novo é o Sphere. Yahoo e Google tem busca de blogs. www.blogsearch.google.com

Dados de pesquisa do Pew Center 2006.
- 7% of the 120 million U.S adults who use the Internet say they have created

a Blog or web-based dairy. That represents more than eight million
people.

- 27% of Internet users say they read Blogs; a 58% jump from the 17%
who told us they were Blog readers in February 2004. This means that by
the end of 2004, 32 million Americans were Blog readers.

- Some 9% of Internet users said they read political Blogs “frequently” or “sometimes”
during the campaign.

Only 38% of all Internet users know what a Blog is. The
rest are not sure what the term “Blog” means.

The study goes on to say that Blog creators are more likely to be:
• Men: 57% are male
• Young: 48% are under 30
• Broadband users: 70% have broadband at home
• Internet veterans: 82% have been online six years or more
• Relatively well off financially 42% live in households earning over
$50,000
• Well educated: 39% have college or graduate degrees


As for Blog readers the study states, “An even more dramatic story
emerges in Blog readership. We began asking about this in the spring of 2003
and found that 11% of Internet users at that time had read Blogs. The figure
jumped to 17% this past February and leapt to 27% in November. The growth in
2004 alone amounts to 58%” Blog readers are somewhat more of a mainstream group than Bloggers.


4) Relação dos blogs com leitores
Formação de Comunidades
Administração de comunidades
RSS

5) Blogs pessoais -
The Diary of Samuel Pepys ( www.pepysdiary.com) O seu criador, Phil Gylford, se comprometeu a publicar um registro, todos os dias, durante os próximos 10 anos. Uma forma moderna de divulgar um pouco da História. Pepys foi um escriturário do século XVII que fez um diário durante quatro anos.
Diários de aventuras, de experiências, de viagens etc


6) Blogs políticos – são os mais populares porque estão associados à catarse politica das pessoas e ao desejo de participação, possível através dos comentários. Blogs de políticos são muito comuns nos EUA mas aqui no Brasil são raros. Caso Cesar Maia e de Luiz Henrique Lima. Mas existem blogs curiosos como o Diário do Velho Caudilho (http://brizola2006.blogspot.com/) e o Serjão Comenta do Céu (http://serjaocomentadoceu.blogspot.com/) . Há blogs de direita como o Mídia Sem Mascara (http://www.midiasemmascara.org/) na verdade uma rede de blogs conservadores. Quem quiser uma relação de blogos políticos no Brasil procure em Blogs Unidos (http://blogsunidos.blogspot.com/)

7) Blogs jornalísticos – São uma opção cada vez mais freqüente de profissionais autônomos. Os mais comuns são os políticos como os dos jornalistas Ricardo Noblat, Josias de Souza e Jorge Moreno. Noblat eraautnomo mas agora está no Estadão. Todos os outros tabmém são de jornais. Nos EUA os grandes blogs jornalísticos são independentes e já se trasformaram em marcas valorizadas como é o caso do InstaPundit (conservador) e do Daily Kos (liberal).
A guerra do Iraque foi um tema altamente explorado por blgueiros iraqueanos. O mais famoso foi o Onde está Raed (http://dear_raed.blogspot.com/ ) escrito pelo iraqueano de pseudônimo Salam Pax. Depois surgiu o blog de Chris Albritton (http://www.back-to-iraq.com/) . Agora o caso mais conhecido é o de Kevin Sites, um ex-correspondente da televisão ABC que tem um blogo pessoal de noticias no site Yahoo (http://hotzone.yahoo.com/)

8) Blogs utilitários – cobertura de seminários, palestras, conferencias. Um exemplo: We Media Conference (http://www.mediacenter.org/wemedia05/the_program.html)

9) Fotoblogs e o Podcast - que na verdade é um blog de áudio.

10 ) Superblogs – redes que agenciam blogs Gawker e agora a OSM (direita americana). Redes de blogueiros para ganhar publicidade e credibilidade.

11) Faturamento - Anúncios AdSense, BlogAds, AdBrite / Fast Click and Burst Media (criam blogs que já vem com anúncios)
“As many as 64 percent of marketers are interested in advertising on Blogs, according to a Forrester Research study, though their investments would still be a fraction of the $14.7 billion expected to be spent on Internet ads this year.”

Texto sobre weblogs para discussão em aula

Pessoal,
Por favor leiam este texto para que possamos discuti-lo na aula do dia 21/3

A nova onda dos blogs
agosto 2003

A Internet e o atual surto de ’blogs’ possibilita o acesso a outras verdades e opiniões além dos destacados pela imprensa. Além de sua influência no jornalismo, provoca-se uma nova ecologia da mídia conduzida pela comunicação horizontal

Por Francis Pisani

Durante a invasão do Iraque, um número considerável de pessoas consultou fontes de informação alheias aos meios de comunicação tradicionais

A fórmula segundo a qual a primeira vítima da guerra é a verdade seria desmentida pela Internet? Graças à rede, agora é possível o acesso a outras verdades e outras opiniões. Uma pesquisa sobre o uso da Internet pelos norte-americanos durante a invasão do Iraque revelou que 55% deles trocaram mensagens eletrônicas sobre o assunto. Um número considerável de pessoas consultou fontes de informação alheias aos meios de comunicação tradicionais. A BBC britânica, considerada mais objetiva, viu as consultas a seu site aumentarem 47% e The Guardian, mais crítico, viu as suas aumentarem em 83%. Os fanáticos da Internet encontraram muitas vezes, graças aos blogs, a pista de informações que a grande imprensa dissimulava. Mas o que vem a ser, realmente, um blog?

Blog é uma abreviatura de weblog, que se poderia traduzir por “diário de bordo da rede”. Os neologismos provenientes dos Estados Unidos freqüentemente perturbam a nossa rotina lingüística, mas às vezes correspondem a novidades concretas. Os blogs são diários pessoais na Internet, mantidos por meio de aplicativos simples que permitem escrever um texto no computador e, desde que se esteja conectado, enviá-lo instantaneamente para que seja exibido numa página virtual criada com esse objetivo. Em geral, os blogs misturam informações com opiniões e muitas vezes são acompanhados por um link à fonte original, a um outro blog, ou a um artigo que o blogueador comenta ou para o qual quer chamar a atenção de seu público. O primeiro blog de que se tem conhecimento data de 7 de outubro de 1994 e é atribuído a Dave Winer, programador e criador de um dos aplicativos mais comumente utilizados em Manila, nas Filipinas.
Blogger cronista do The Guardian

Os warblogs, ou “diários de guerra”, nasceram depois do dia 11 de setembro de 2001, por iniciativa de comentaristas conservadores que desejavam uma abordagem ainda mais patriótica do que a que fazia a grande imprensa – considerada demasiado “liberal”, ou seja, demasiado de esquerda. Mas o recente conflito do Iraque permitiu que ganhassem um sentido mais geral e o termo acabou por significar os blogs dedicados à guerra do Iraque1.
Os fanáticos da Internet encontraram muitas vezes, graças aos blogs, a pista de informações que a grande imprensa dissimulava

O mais célebre dos warbloggers é um iraquiano que atende pelo “pseudônimo blog” de Salam Pax2 (“paz” em árabe e em latim). Com um estilo cáustico, ele começou por criticar veementemente Saddam Hussein, em seguida os bombardeios e agora se dedica aos invasores norte-americanos. Salam Pax dá uma imagem mais viva da vida em Bagdá antes, durante e depois da invasão militar do que a maioria dos correspondentes estrangeiros. Tentaram tachá-lo de agente da ditadura e, depois, da CIA, mas a sinceridade de seu olhar atraiu para seu site um número de visitantes suficiente para paralisar (ou quase) os provedores que o hospedam. Os grandes jornais publicaram artigos sobre ele. The Guardian, de Londres, acaba de contratá-lo como cronista bimensal.

Fenômeno superestimado

Muitos jornalistas, presentes ou não no Iraque, também mantêm seus warblogs. Kevin Sites, da CNN, por exemplo, foi obrigado a interromper o seu por ordem da emissora. Outros warblogs tentaram reunir o máximo possível de informações sobre o conflito. Após ter convocado uma organização de apoio às tropas invasoras, manifestações pró-americanas (nos Estados Unidos) e “antifrancesas”, Blogs of War, por exemplo, prosseguiu sua luta criticando os manifestantes anti-G-8. Um outro, Warblogs:cc, reuniu vários links que remetem a inúmeros artigos sobre o conflito e aos “melhores warblogs”.

Apesar de tudo, não se deve superestimar a importância do fenômeno. O número de pessoas que consulta os blogs não é significativo. Um relatório do Pew Center revela o seguinte: “Os blogs suscitam um interesse crescente junto a um número restrito de internautas, mas ainda não constituem uma fonte de informações ou de comentários para a maioria dos usuários. Apenas 4% dos norte-americanos que têm acesso à Internet consultam os blogs em busca de notícias e opiniões. O número total é tão pequeno, que não é possível tirar conclusões estatisticamente significativas a respeito das pessoas que os utilizam3.”
Fontes variadas
O mais célebre dos warbloggers é um iraquiano que atende pelo “pseudônimo blog” de Salam Pax, que acaba de ser contratado pelo The Guardian

O relatório avalia que o principal é que a Internet serviu de meio de acesso a fontes variadas (dentro dos Estados Unidos, os internautas eram mais favoráveis à guerra do que os outros). Mas acrescenta: “As pessoas que se opunham à guerra demonstraram um uso dos blogs ligeiramente superior àquele dos que eram favoráveis.”

A partir do relatório do Pew Center, Ross Mayfield, diretora-presidente da SocialText, uma empresa que produz um aplicativo que permite a criação de redes sociais, deduziu que o número de bloggers beira os 3 milhões. Em maio de 2001, eles eram 500 mil e, um ano depois, já eram um milhão. Recentemente comprado pelo Google, o Blogger.com – que funciona como site e como programa para a publicação de jornais eletrônicos – anuncia mais de um milhão de contas. Sua filial brasileira já tem mais de 300 mil...

Influência no jornalismo

O peso dos blogs está parcialmente vinculado à sua influência sobre os jornalistas. Já obrigaram os meios de comunicação a levar em conta temas que “não saíam” na imprensa, tais como os comentários racistas do ex-líder da maioria republicana no Senado, Trent Lott, que foi forçado a renunciar no outono de 2002. Principal colunista do San José Mercury e autor do primeiro blog escrito por um jornalista e publicado no próprio site do jornal, Dan Gillmore avalia, por seu lado, que “os atendem a uma necessidade fundamental: filtram a avalanche de informações e permitem localizar o material mais importante”. No entanto, não passam de uma pequena parte de um fenômeno muito mais amplo.

Pois os blogs são agora de domínio público. São publicados pelos grandes meios de comunicação (The Guardian4, MSNBC5). Dependendo do caso, pode se tratar de diários pessoais, de registros diários (tradução literal de log), de diários de bordo, ou de uma mistura de tudo isso que os interessados escrevem diariamente, e até de hora em hora. Podem ser individuais ou coletivos.
Comunicação horizontal
Apesar de tudo, não se deve superestimar a importância do fenômeno. O número de pessoas que consulta os blogs não é significativo, são cerca de 3 milhões de pessoas

A forma ainda está sendo buscada na intersecção do íntimo e do público. Ela se complica diariamente com o surgimento, por exemplo, de photoblogs ou de moblogs, blogs móveis que podem ser alimentados por voz, por imagens ou por textos do tipo SMS, que podem ser captados através de um telefone celular. O tom pessoal e a presença de links que permitem ir diretamente à fonte do que menciona o autor – um contrabalançando o outro – são, sem dúvida, as duas características que, reconhecidamente, melhor definem o que é um blog (para o qual existem tantas definições quanto o número de bloggers).

O fenômeno se situa na linha estreita do que é a principal qualidade da Internet: a comunicação many to many, ou horizontal, como a distribuição eletrônica de mensagens e a distribuição instantânea. A “morte da distância” pesa menos do que a intensa comunicação entre pessoas que não se conhecem. O que distingue os blogs é o fato de tornar pública essa comunicação. O que convida a questionar se os bloggers seriam jornalistas.

Interatividade com leitores

A principal grande diferença do jornalismo tradicional está na ausência de um olhar externo antes da publicação de um artigo. Foi essa a conclusão a que chegou uma conferência realizada na Faculdade de Jornalismo da Universidade de Berkeley, em 17 de setembro de 2002. Não existe secretário de redação. Mas, devido à interatividade, os leitores podem ajudar. “Recebo mensagens eletrônicas sugerindo a correção de erros ortográficos”, contou Meg Hourihan, fundadora do Blogger.com.

Paul Grabowicz, que dá um curso sobre blogs em Berkeley, avalia que “coletivamente, os bloggers fazem algo que se parece muito a uma reportagem”, ainda que a forma seja mais próxima da crônica ou do editorial. “Os blogs”, diz Dan Gillmore, “fazem parte do mecanismo que conduz ao jornalismo”. E não pára de repetir: “Nossos leitores, ouvintes e espectadores sabem, coletivamente, mais, muito mais do que nós sabemos”. Com base nessa constatação, ele defende um jornalismo concebido mais como uma “conversa” do que como uma “aula magistral”. Editor do site Salon.com, Scott Rosemberg pensa que os blogs respondem a uma “espécie de economia do ego”. Publicar o que pensa e receber comentários fazem a pessoa “se sentir bem”.
Gestão de conhecimentos
Comprado pelo Google, o Blogger.com anuncia mais de um milhão de contas. Sua filial brasileira já tem mais de 300 mil...

Para Steven Johnson, ex-diretor da finada revista eletrônica Feed, “a verdadeira revolução prometida pelo surgimento da galáxia blog não tem nada a ver com jornalismo. Trata-se de gestão de conhecimentos”. E acrescenta: “O que torna os blogs interessantes é justamente o fato de não serem jornalismo.”

Não se deve confiar cegamente nos blogs – menos ainda do que na imprensa tradicional, que sabemos que mente e engana. Nos blogs, os erros são mais fáceis. Mas os links permitem aos leitores o acesso às fontes originais (que devem sempre ser verificadas) e constituem um fator importante de credibilidade.

A nova loucura dos blogs é tamanha que Dave Winer apostou com Martin Nisenholtz, dono do site do New York Times, que, dentro de cinco anos, eles teriam mais autoridade do que a nata da imprensa. A mídia, diz ele, “terá passado por mudanças tão profundas que as pessoas informadas irão procurar, nos blogs de amadores em que tenham confiança, a informação de que necessitam”. Winer não acredita que os jornais irão desaparecer, mas se interessa pela nova ecologia da mídia conduzida pelo surgimento da comunicação horizontal.

Publicação sem valor financeiro

O peso dos blogs está vinculado à sua influência sobre os jornalistas. Já obrigaram os meios de comunicação a levar em conta temas que “não saíam” na imprensa

Até o mundo dos negócios vem descobrindo os blogs. A Ideactif, uma empresa do Quebec que programa sites para a Internet, abriu um weblog coletivo em janeiro de 2000. “Ficamos permanentemente conectados à Internet”, escrevem, “e descobrimos freqüentemente informações que podem parecer úteis, suscitar a reflexão, ou simplesmente divertir. O weblog é um meio de partilhar conhecimentos de uma maneira simples e eficiente”.

Os blogs também podem servir para partilhar conhecimentos internos dentro de uma empresa. Segundo Amy Wohl, conselheira em informática, eles constituem “uma maneira agradável para os empregados de partilhar um mesmo meio de pesquisa, de análise e de seleção da informação”.

Daí a acreditar que eles permitam ganhar dinheiro é um passo. Andrew Sullivan, o mais conhecido dos bloggers, afirma ter passado “de 805 mil visitantes, em março de 2002, para 1,88 milhão em março de 2003”. Isso deveria valer dinheiro. Para ele, sem dúvida, mas não se deve ter ilusões. Segundo Clay Shirky, analista da Internet, a publicação de textos tradicionais cria o valor em função do trabalho que exige, mas também devido à seleção (fonte de originalidade) que implica. A Internet, de uma forma geral, e os weblogs, em particular, matam isso: “São um instrumento tão eficaz de distribuição da palavra escrita que fazem da publicação uma atividade sem valor financeiro.”

Dose de narcisismo e história fragmentada

Não se deve confiar cegamente nos blogs – menos ainda do que na imprensa tradicional.. Mas os links permitem aos leitores o acesso às fontes originais

Os bloggers bem-sucedidos podem esperar um pouco de publicidade, o apoio de um anunciante ou algumas contribuições voluntárias, mas sua reputação seria melhor reconhecida na forma de livro ou de crônicas num jornal tradicional. Quanto aos jornalistas empregados que têm um blog, raramente são pagos para fazê-lo.

Seria isso um drama? Nem pensar. “A destruição do valor é o que torna os weblogs tão importantes”, afirma Shirky. “Queremos um mundo em que não seja necessário ajuda ou autorização para escrevermos o que pensamos”. Cada blogger começa por se dirigir a um círculo restrito de amigos e colegas “no qual a participação da conversa constitui sua própria gratificação”. Ele incentiva a criação de novas redes de relações sociais.

Portanto, os blogs aparecem como uma forma de narrativa específica da Internet. Contam, com uma boa dose de narcisismo e a história global e fragmentada do mundo contemporâneo. Se os jornalistas escrevem o rascunho da história, os bloggers6 parecem ter encontrado um espaço para relembrar os primeiros passos...

(Trad.: Jô Amado) Reproduzido de Le Monde Diplomatique - edição brasileira agosto de 2003

Referências para consultas
1 - http://www.blogsofwar.com/, http://www.blogsofwar.com/, http://www.warblogs.cc/ e http://www.warblogs.cc/
2 - http://dear_raed.blogspot.com/ e http://dear_raed.blogspot.com/ 3 -http://www.pewinternet.org/reports/pdfs/PIP_Iraq_War_Report.pdf e http://www.pewinternet.org/reports/pdfs/PIP_Iraq_War_Report.pdf
4 - The Guardian Weblog: http://www.guardian.co.uk/weblog/ e http://www.guardian.co.uk/weblog/
5 - Weblogs da MSNBC: http://www.msnbc.com/news/809307.asp e http://www.msnbc.com/news/809307.asp
6 - Dois dos programas mais utilizados pelos bloggers são: Blogger: http://www.blogger.com/ e http://www.blogger.com MovableType: http://www.movabletype.org/ e http://www.movabletype.org